25 mil km através de 15 nações nas 3 Américas, com um Fiat Palio weekend 100% elétrico.



Partindo de Los Angeles, Califórnia, cruzamos o México, Guatemala, Honduras, El Salvador,
Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Argentina e Paraguai.
A chegada da fase 1 ocorreu na hidrelétrica de Itaipú, em Foz do Iguaçu, Brasil.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Jacksonville FL - Amarillo TX‏

Quando deixamos Jacksonville, na Flórida, para trás pensávamos que a revisão no Tico havia sido completa. Ledo engano... Um motorhome, mesmo um zero como o Tico, tem tantos detalhes que alguns problemitas só foram aparecendo no decorrer da viagem. Por exemplo: o chuveiro interno não funciona (sim senhor! Tem chuveiro externo!). Está faltando uma borracha de apoio na escada de acesso à cama superior, que fica sobre a cabine do motorista. As rodas dianteiras precisam, não urgentemente, de balanceamento, e outras cositas más.
De qualquer forma, são detalhes menores, que não comprometem nem a viagem nem a nossa segurança.

Como tem sido em todas as expedições, no quesito grana a palavra de ordem é austeridade.
Em nossa primeira noite na estrada dormimos em um Rest Area. Por todas as rodovias americanas existem estas áreas de descanso. Algumas bem simples, sem qualquer mordomia. Outras são completas, com ducha, lugar para descarregar os tanques de motorhomes e até internet.
A situação econômica de cada estado se reflete diretamente na qualidade dos Rest Area. Nos estados ricos, são bacanas. Nos mais pobres, nem tanto.
Perguntamos a um senhor, que viajava apenas com seus cães e acabara de estacionar perto do Tico, se ele achava seguro dormirmos ali. Ele disse que também iria passar a noite naquele rest area, mas nos deu uma dica valiosa: Wal Mart.
A gigante rede de supermercados, que funciona 24h aqui, não se opõe aos que param para pernoitar em seus estacionamentos vastos e bem iluminados.
Adivinhem aonde dormimos na noite seguinte? O bacana é que, como gente civilizada, o pessoal com motorhome estaciona bem longe da entrada do supermercado, para não ocupar as vagas destinadas aos clientes com carro, mesmo que tenham muitas sobrando.

Falemos agora um pouco sobre os campings para motorhomes aqui. Ficamos um pouco desiludidos, pois achávamos que seriam baratos. Não o são.
Muitos são mais caros do que hotéis! Não raro vemos grandes painéis anunciando hotéis adiante por U$ 29,99. E, até agora, não achamos nenhum camping mais barato do que U$ 25. Mas... pera aí... se estamos com nossa cama e tudo o mais... não deveria ser mais barato? Talvez. Mas não é. Então, desde que partimos, fazemos assim: a cada dois dias dormidos nos Wal Mart que encontramos aleatoriamente e sem dificuldade pelo caminho. No terceiro dia nos presenteamos com uma hospedagem num camping. Com isso, economizamos e, no camping, também podemos recarregar as baterias, nossas e as do Tico, bem como água e, se necessário, esvaziar os tanques de água cinza (pias) e negra (privada). A operação de esvaziar estes tanques é bem simples, bastando não esquecer uma regra de ouro: esvaziar sempre a água negra primeiro e, ao liberar a cinza em seguida, ela se encarrega de 'lavar’ a mangueira.

Como aqui estamos na transição do verão para o outono, de dia tem feito uns 22 graus de máxima e, de madrugada, um frio impressionante. Compramos um termômetro (ainda não instalado) que medirá a temperatura interna e externa do Tico, para que possamos entender o tamanho desta variante. Podemos adiantar que é grande. Ainda bem que temos um monte de cobertores e que o sistema de aquecimento do Tico, a gás, é hiper eficiente.

O contato com pessoas tem sido praticamente nulo. Por um lado, estamos tão focados em aprender esta nova vivencia numa casa rodante que nem sentimos falta de socialização. Por outro, nos damos tão bem que nunca nos falta assunto e, claro, uns arranca rabo de quando em vez. Normalíssimo. Conviver bem em tempo integral é tarefa para poucos e a pós graduação pode durar uma vida inteira.

No Arkansas paramos no camping Tom Sawyer, às margens do rio Mississipi e, durante nossa caminhada da tarde, um casal que também estava acampando por lá nos abordou e o delicioso bate-papo evoluiu para uma visita interna dos motorhome. O deles, um Tuscany, ~é imenso, por dentro e por fora. Ela adorou o nosso, afirmando que o dirigiria sem medo, coisa que não faz com o Tuscany. Ray e Marge são aposentados e, como milhões de americanos, curtem a vida cruzando o país a bordo dos seus RV’s (recreational vehicle, ou veículo de recreação). Apesar dos preços, os campings vivem à beira da lotação, tantos são os adeptos desta arte de viver, que é um dos retratos da cultura americana.

Deixamos o Arkansas pra trás, cruzamos também todo o estado de Oklahoma e agora estamos em Amarillo, no Texas, nosso sexto estado, por enquanto!
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