Foram 4220 os quilômetros que percorremos, até o momento, em 19 dias de viagem.
Cabe aqui um desabafo: não foi fácil cruzar o México, em diversos aspectos.
Já na entrada... a forma leviana com a qual as autoridades mexicanas nos enduziram ao erro com os papéis de ingresso ao país.
É o velho truque de criarem a dificuldade para, depois, nos venderem a facilidade.
Resumo: fomos "multados" em quase 500 dólares por não estarmos com os documentos corretos, como se não coubesse aos agentes aduaneiros a obrigação de saber quais são os devidos trâmites.
Claro que isso só nos foi dito no momento de embarcarmos no navio que nos levaria de La Paz para Mazatlán, quando já havíamos percorrido mais de 1.500 km pelo país e passado por vários 'controles', nos quais nenhum oficial viu nada de errado. O mais frustrante é que fomos ao departamento de migración de La Paz para contestar as multas, que somavam quase 300 dólares e então... elas foram aumentadas para quase 500 dólares pois eles se "esqueceram" de cobrar outro "papelzinho" de ingresso no país.
Em segundo veio um novo assalto, desta vez dos pedágios. Para percorrermos 1.610 km, de Mazatlán até Minatitlán, nos estorquiram U$ 567. Todo este montante nos foi achacado para rodarmos sobre estradas por vezes boas, não raro apenas meia boca. Não faltaram buraqueiras e ondulações gigantes, nas quais parecia que o motorhome e o trailer iriam decolar. Ou seja, 35 centavos de dólar por km rodado. Não obstante, os pedágios surgiam um logo após o outro. Como a maioria tinha sempre, no máximo, dois guichês funcionando, imagine o tamanho das filas. Por fim, para que isso não vire uma novela, a má educação da maioria dos motoristas mexicanos, egoístas e imprudentes.
O fato é que, após quase 7 meses nos EUA, ficamos bem acostumados. Acostumados com civilidade, com preços justos, com excelentes rodovias (grátis) e por sermos respeitados como cidadãos em todos os lugares nos quais estivemos.
Como tudo tem um lado bom, o México é lindo, embora esta beleza seja obra da natureza e de povos ancestrais.
Tirando estes detalhes deprimentes, estamos todos bem. O projeto corre dentro do esperado e nossa motivação continua a mil. O Palio não reclama de nada, encarando tudo com mais saúde que os demais veículos da expedição.
Sabemos que no resto da América Latina não será muito diferente e estamos preparados para estes desafios.
Como consolo, fomos agraciados com o grande empenho de três excelentes profissionais mexicanas, que nos auxiliaram com grande presteza e profissionalismo no crítico momento do embarque em La Paz. Confira.